quinta-feira, março 26, 2009

Quando o nada é tudo - Frase

A liberdade da graça de Deus é estendida para a pessoa que só pode ainda contar com a graça.

Barth

Ostra feliz não faz pérola

“Um corpo estranho penetra na concha, ferindo-a.
A areia áspera machuca sua carne.
A concha sofre.
A concha tenta expelir o intruso e fracassa.
O grão de areia fixou-se.
A dor não pode ser eliminada.
Então o animal, a partir do âmago da sua natureza,
busca a força para transformar o sofrimento em triunfo.
Do sofrimento e da aflição,
da seiva de suas lágrimas,
surge, em longos processos de crescimento interior, a pérola.”
Elisabeth S. Lukas

Livre Graça

Vocês não devem fazer coisa alguma para voltarem a Nárnia. Nárnia acontece. Quando menos esperarem, pode acontecer.

(..) O que é que estão ensinando às crianças na escola?” (Professor Kirke, O leão, a feiticeira e o guarda-roupa)

A glória do pecado

Em O Paraíso Perdido, Jonh Milton retrata Adão assistindo a uma pré-estréia de toda a história futura. No final, ele levanta a cabeça com culpa e desespero e canta:

Ó bondade infinita, ó bondade imensa,
Que todo este bem do mal produzirá
E o mal se torna bem, mais maravilhoso
Do que aquele que a primeira criação realizou
Luz das trevas! Cheio de dúvidas permaneço,
Se deveria me arrepender do pecado agora
Por mim praticado e ocasionado, ou regozijar-me
Muito mais porque muito mais benefícios daí brotarão...

quarta-feira, março 25, 2009

Confiança

Na hora de tentar libertar um cão de uma armadilha, extrair um espinho do dedo de uma criança, ensinar um menino a nadar ou salvar alguém que não sabe, conduzir um principiante assustado à um local perigosos nas montanhas, o único obstáculo fatal talvez seja a desconfiança deles. Pedimos que confiem em nós, desafiando seus sentidos, sua imaginação e sua inteligência. Estamos pedindo que creiam que o que é doloroso aliviará seu sofrimento e o que parece perigoso é a sua única salvação. Pedimos que aceitem aparentes impossibilidades: q eu mover a pata de volta para a armadilha é a única maneira de sair, que machucar muito mais o dedo acabará com a dor, que a água, inegavelmente permeável, resistirá e suportará o corpo, que se agarrar ao único apoio ao seu alcance não é o jeito de evitar o afogamento, que subir um pouco mais até uma saliência maior é o caminho para não cair. Para explicar todas essas incredibilidades, podemos contar apenas com a confiança do outro em nós, uma confiança certamente sem fundamentos aparentes, claramente prejudicada pela emoção. E, talvez, se formos estranhos a eles, não poderemos contar com nada além da confiança que podem transmitir a expressão de nosso rosto e o tom de nossa voz ou, no caso do cão, nosso cheiro. Ás vezes, por causa da incredulidade, não conseguimos grande coisa. Mas, se tivermos sucesso, será porque acreditaram em nós, contra todas as evidências. Ninguém pode nos culpar por pedirmos essa fé. Ninguém pode culpá-los por tê-la. Ninguém vai dizer depois que o cão, a criança ou o garoto foram tolos por confiarem em nós [...].

Ora, aceitar proposições cristãs é acreditar ipso facto que, para Deus, somos o que o cão, a criança, o banhista ou o montanhista forma para nós, mas em grau muito maior.

C. S. Lewis


Eu acredito...

Eu acredito no sol mesmo quando ele não está brilhando.
Eu acredito no amor mesmo quando não o sinto.
Eu acredito em Deus mesmo quando Ele está em silêncio.

- Palavras encontradas numa parede de um centro de concentração.

terça-feira, março 24, 2009

GRAÇA E COMPROMISSO

A nossa salvação é Graça, mas foi pago o preço do Sangue do Cordeiro como sem defeito e sem mácula - o Sangue de Cristo. A Graça não é barata! Tomamos posse dela pela fé, e ela nos vem como favor imerecido. Está pago! Em meu livro “O Mais Fascinante Projeto de Vida” eu digo que é de Graça, mas custou muito caro! Ora, saber disso nos coloca no caminho do equilíbrio entre Graça e Compromisso. Em relação a Deus não há barganhas a fazer. Está tudo feito e consumado. Em relação à vida, no entanto, ainda há tudo por seu feito. Portanto, a salvação gratuita nos conduz a uma vida de grato compromisso com a Causa da Graça de Deus na Terra e entre os homens. “Por isso nos esforçamos” - dizia Paulo. É esse entendimento aquilo que gera saúde no nosso crer e eficiência na nossa fé. Quando essa compreensão nos atinge celebramos a Graça, e nos esforçamos para que ela não seja vã em nossa vida. Ora, isso vai de nossa conduta que deve se expressar em dignidade e sobriedade, à nossa participação fiel no trabalho de divulgação da Palavra e de serviço ao próximo. A gratuidade da Graça deve gerar responsabilidade e compromisso. É uma tristeza observar que quase sempre somente os medos da lei é que geram “fobio-delidade” nos cristãos. Eu fico me perguntando: Quando surgirá uma geração que amará tanto a Jesus, e que a Ele será tão grata, que exercerá a justiça com mais compromisso do que os escribas e fariseus? De fato, os cristãos que dizem ter entendido o dom segundo a Graça, deveriam ser os mais generosos, hospitaleiros, bondosos, e aptos para contribuir em tudo. Será que nós não podemos nos oferecer a Deus e à vida como sendo essa geração? A geração que doou por amor, que contribuiu por puro privilégio, que se entregou com gratidão, e foi fiel apenas por amor? Ou será que precisamos de medos e ameaças a fim de nos mobilizarmos para aquilo que é bom? Não te deixes vencer do mal - e nem estimular pelo medo-, mas vence o mal e o medo com o bem e a gratidão! A Graça que não nos põe no caminho das boas obras que foram de ante-mão preparadas para que andássemos nelas, ainda não é Graça, mas apenas um alívio em relação à neurose da lei. A Graça genuína não se justifica por obras, mas mediante a fé; porém, produz obras assim como a vida produz vida. No dia que entendermos e praticarmos isso alegre e fielmente Deus gargalhará de alegria!

Um beijão, Caio

segunda-feira, março 23, 2009

Um dia a gente aprende que... - William Shakespeare

Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma.

E você aprende que amar não significa apoiar-se, que companhia nem sempre significa segurança, e começa a aprender que beijos não são contratos, e que presentes não são promessas.

Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança; aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo, e aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai ferí-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.

Aprende que falar pode aliviar dores emocionais, e descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida; aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias, e o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida, e que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.

Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que eles mudam; percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos.

Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.

Começa a aprender que não se deve compará-los com os outros, mas com o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.

Aprende que não importa onde já chegou, mas onde se está indo, mas se você não sabe para onde está indo qualquer lugar serve.

Aprende que ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática.

Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se; aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou; aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha; aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens; poucas coisas são tão humilhantes... e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando se está com raiva se tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.

Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém; algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.

Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.

Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.

Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás, portanto, plante seu jardim e decore sua alma ao invés de esperar que alguém lhe traga flores, e você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.

Descobre que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar.

sexta-feira, março 20, 2009

Oração - Thomas Merton

SENHOR, MEU DEUS,
não tenho idéia para onde estou indo.
Não vejo o caminho adiante de mim.
Não posso saber com certeza
onde terminará.
Nem sequer, em verdade, me conheço.
E o fato de eu pensar que estou
seguindo Tua vontade,
não significa que realmente o esteja.
Mas acredito que o desejo de Te agradar
Te agrada, de fato.

E espero ter esse desejo
em tudo que estiver fazendo.
Espero jamais vir a fazer alguma coisa
distante desse desejo.
E sei que, se agir assim,
Tu hás de me levar pelo caminho certo,
embora eu possa nada saber
sobre o mesmo.

Portanto, hei de confiar sempre em Ti,
ainda que eu possa parecer estar perdido
e sob a sombra da morte.
Não hei de temer,
pois Tu sempre estás comigo,
e nunca hás de deixar que eu enfrente
meus perigos sozinho.
(Na liberdade da solidão)

domingo, março 15, 2009

Jesus e a sua volta

Contam que, certa vez, perguntaram a Karl Barth se ele acreditava na segunda vinda de Jesus Cristo. Sua resposta foi no mínimo intrigante. Barth teria dito que acreditava em todas as vindas de Jesus, e não apenas na segunda. Na verdade, disse o célebre teólogo alemão, Jesus Cristo veio pela primeira vez na encarnação e, depois, pela segunda vez na ressurreição, e veio outra vez no Pentecoste, uma quarta vez na Igreja, que é o seu corpo, e, além dessas, Jesus Cristo vem toda vez que um pecador se arrepende e se reconcilia pessoalmente com Ele. Ao final, Barth teria dito que acreditava, sim, que Jesus Cristo viria consumar o reino de Deus no “fim da história”, mas essa seria a quinta ou sexta vinda de Jesus.

(...)

Aguardar a vinda de Jesus no fim dos tempos pode se tornar uma distração que nos impede a relação com Ele aqui e agora; negligenciar a vinda de Jesus no fim da história equivale a esvaziar a fé cristã de sua utopia do reino eterno de Deus e negar a promessa futura do novo céu e nova terra. Ambos os equívocos são perigosos e perniciosos à militância e esperança cristãs.

Ed Rene Kivitz